28 fevereiro 2010

O caminho da Abstracção

São relativamente conhecidos os percursos pictóricos dos primeiros abstraccionistas há cerca de 100 anos atrás: Mondrian com as suas árvores progressivamente simplificadas; Kandinsky com o abandono da figuração em benefício da expressão da cor. Por esta altura, muitos outros notáveis trilharam caminhos idênticos e as suas obras são também emblemáticas, como Picasso ou Klee. Menos conhecidas são as experiências bem mais recentes de Roy Lichtenstein neste domínio, ele que foi um dos ícones da figuração pop. Admiremos a evolução deste simples desenho de um touro e percebamos porque Lichtenstein foi um dos mais dotados e subtis praticantes da Pop Art.

26 fevereiro 2010

Diesel surpreende com publicidade porno

Não se tem falado de outra coisa na internet. A famosa marca Diesel esta a celebrar o seu trigésimo aniversário de uma forma pouco convencional. O objectivo, segundo os responsáveis, passa por dizer a todos os consumidores que, quando se fala na marca Diesel não devem tomar nada como certo e esperar o inesperado. O golpe publicitário passou por um filme de 80 segundos onde diversas cenas de filmes porno dos anos oitenta foram rearranjadas e tornadas SFW - safe for work ou, por outras palavras, seguras para visualização em locais públicos. O filme foi desenvolvido pela agência The Viral Factory que pegou em diversas cenas e, com muito humor, sobrepôs desenhos animados, sons e imagens de instrumentos musicais às picantes cenas de actividade sexual dos filmes originais. Melhor do que explicar nada como visualizar este filme verdadeiramente divertido que tem batido todos os records de divulgação na internet.

Carl Warner - a natureza dos alimentos

O fotógrafo londrino Carl Warner vai um pouco além da fotografia tradicional. Para lá de belas fotos de pessoas e até animais, o que mais chama atenção é a sua incrível invenção envolvendo alimentos. Sim, com muita criatividade e bastante técnica, a série "Foodscapes", um jogo de palavras que resume bem este trabalho, é uma saborosa sequência de paisagens usando alimentos. Os verdureiros e vizinhos já sabem que a escolha de alimentos é criteriosa e ele perde horas entre rabanetes, brócolos e outros. Para conseguir os efeitos desejados, a produção é realizada em etapas, para evitar que nada murche antes do fim da fotografia. Delicie-se!
Nesta foto as árvores são feitas de brócolos tendo ervilhas como frutos. A estradinha é de cominho, a grama não passa de ervas e pães fazem o papel de montanhas, tendo ao fundo, nuvens de couve-flor!
A área rural italiana usa ingredientes que dariam uma boa refeição típica: árvores de pimentão, campos de macarrão, carro de lasanha e um vilarejo feito de queijo ao fundo.
A impressionante imagem desta cena de caverna e água usa pães, ervilhas e uma vegetação subaquática de couve-flor.
Que tal este cena de pôr-do-sol, onde o mar é feito de fatias de salmão por onde navega calmamente um barquinho feito com a vagem de ervilhas? Para completar, pães e batatas criam rochas perfeitas

Banksy em África

Quem é Banksy? Uns sugerem que é um artista misterioso; outros defendem ser um colectivo que se dedica à street-art. O que é certo é que a criatividade e o traço de Banksy são inconfundíveis, assim como os locais improváveis que escolhe e a sua maneira de desafiar tudo e todos. Desta vez algures no Mali, alguém identificou diversos graffitis que parecem corresponder ao estilo a que já nos habituou. A poética e a ironia destes desenhos é grande. Percebe-se que não são meros graffitis feitos ao acaso mas sim desenhos com um significado. Veja-se o da zebra com as riscas pretas a secar ao sol numa região em que a falta de água é gritante... ou ainda o da criança tomando banho dentro de uma bacia para onde jorra água de um buraco na parede. Não apenas street-art mas também world-art.

24 fevereiro 2010

Mark khaisman - artista de fita adesiva

A paixão pelo cinema levou o ucraniano Mark Khaisman a deixar a arquitectura de lado e a dedicar-se a uma coisa completamente nova: a arte de pintar com fita adesiva, de forma a que a sobreposição de camadas crie quadros originais, claro está, inspirados em imagens famosas de cinema. A técnica é bastante simples de explicar: através da justaposição de um número diferente de camadas de fita adesiva, chega-se a sombras de intensidade distinta que, através da iluminação posterior, criam a ilusão de imagens reconhecíveis pelo espectador. Sendo um apaixonado pelo cinema, Khaisman recorre aos cenários dos seus filmes preferidos: O Anjo do Mal (de Jacques Lourcelles) e Os 39 Graus (de Alfred Hitchcock) são dois exemplos. Khaisman chega a usar cem metros de fita e passa em média uma semana para realizar cada trabalho. Parte de um plano estruturado mas, a partir daí, o processo criativo pode levar a diversos caminhos, dependendo da motivação. Para ele, trabalhar com este material é como oscilar entre dois pólos - o do cálculo e o do aleatório - trabalhando para o fim último do reconhecimento, quer seja de uma sensação, de uma imagem ou de uma memória. Qualquer coisa como a existência de um trabalho de construção e desconstrução no mesmo quadro. A inspiração para esta técnica surgiu-lhe da sua familiaridade com a pintura em vidro, que também tira proveito dos jogos de iluminação. Apercebeu-se, depois, que poderia continuar este diálogo com a luz, de uma forma completamente diferente, usando outros materiais além do vidro. Na fita adesiva encontrou a matéria-prima ideal para a projecção do seu trabalho. Mark Khaisman reside actualmente em Filadélfia, Estados Unidos. Os seus quadros podem ser encomendados no seu website oficial. Enquanto que as reproduções de cenas cinematográficas previamente executadas custam 200 dólares, os quadros personalizados podem chegar aos 10 000.

23 fevereiro 2010

Puma City de LO-EK

Puma city é a nova loja da marca Puma, a qual é itinerante pelo mundo, desta maneira na hora de fazer o projeto o escritório nova iorquino LOT-EK procurou facilitar ao máximo o seu transporte. Partindo desta ideia e tirando total proveito do sistema de transporte marítimo o projeto foi feito com reuso de contentores, assim podendo ser desmontado num lugar e montado noutro. Declaram, além de tudo o mais, que pretendem esbater as fronteiras entre arte, arquitectura, entretenimento e informação. Programa ambicioso e interessante que identifica claramente o divórcio entre várias áreas que deviam estar próximas, resultado da fragmentação que enferma a cultura ocidental contemporânea. As propostas do LOT-EK têm a grande virtude de utilizarem uma linguagem adequada ao contexto cultural a que se destinam; fazem, por isso, todo o sentido. Os contentores estão deslocados uns dos outros desta maneira conseguindo aproveitar a luz natural dos locais, e com a criação de decks para a observação da vista da região onde estão locados. Além de manter a identidade visual externa com as cores e logo da marca, facilitando a identificação para quem passa. Esta proposta não surge por acaso. A ideia de módulo, associada à imagem do contentor, tem estado desde sempre presente nos projectos desenvolvidos pelo grupo, que vão da arquitectura residencial à comercial, passando pelo design, pela intervenção artística e pelo ensino. São os próprios que afirmam que usam como material de trabalho objectos, tecnologias e sistemas pré-fabricados, que não procuram criar mas sim (re)aproveitar o existente, que desejam reinventar as formas e configurações existentes. A capacidade de integração visual e semântica das suas propostas é espantosa e os contentores, longe de parecerem caixotes, diluem-se perfeitamente no contexto urbano. É, além disso, funcional, agradável, versátil e inovadora. Não é uma arquitectura contida; é uma arquitectura aberta.

21 fevereiro 2010

Olhó kunami fresquinho!

Super Bock, Coca-Cola e água mineral acompanha sempre bem um kunami madurinho... Na versão circo Chen Na versão Al Qaeda

14 fevereiro 2010

A história das máscaras

  • As máscaras foram várias vezes usadas pelas pessoas como passaportes para mundos imaginários, como um meio de transmissão de histórias e como uma explicação de factos naturais inexplicáveis.
  • Em África, as máscaras foram criadas pelos artistas das tribos e usadas em ritos religiosos. Essas máscaras não representavam faces normais, mas sim exageradas. Normalmente era de madeira, cobre ou marfim.
  • No Antigo Egipto as máscaras eram usadas em sacrifícios cerimóniais. As múmias eram mascaradas antes do enterro com máscaras adornadas de pedras preciosas.
  • Os Eskimós no Alaska acreditavam que cada criatura tinha uma dupla existência e podia mudar para a forma de um ser humano ou animal, bastando querer. Assim, as máscaras Eskimós eram, normalmente, feitas com duas faces - uma de um animal e outra de um humano. Em certas fases de algumas cerimónias festivas, a máscara exterior era levantada, expondo a outra máscara.
  • Os nativos americanos na parte noroeste dos Estados Unidos usavam máscaras numa cerimónia anual em que choravam os mortos. Os homens representavam os fantasmas dos mortos com máscaras pintadas e decoradas com penas e ervas.
  • Os nativos americanos do sudoeste dos Estados Unidos, os Hopi e Zuni entre outros, usando novamente máscaras para adorar os seus mortos.
  • No Brasil, as tribos primitivas faziam e usavam máscaras representando animais, aves e insectos.
  • Na Ásia, as máscaras eram também usadas para cerimónias religiosas e, mais tarde, para funções sociais tais como casamentos e diversos divertimentos.
  • As máscaras eram usadas na antiga Grécia e Roma para festivais e teatros. Foi onde começou o uso das máscaras para fins artísticos. Com o fim da antiga civilização Romana, as máscaras cairam em desuso. Os primeiros Cristãos atribuiram o uso de máscaras a cultos pagão, tornando-as quase ilegais.
  • O novo uso das máscaras na América veio com o fluxo de imigrantes da Europa, principalmente como brinquedos das crianças e para bailes e celebrações mascaradas como o famoso Mardi Gras.

13 fevereiro 2010

Máscaras

Máscara ritual taoista em bronze em forma de touro. China, séculos XI e X (a.c.) Máscara que representa um demónio antropófago da montanha, com a face cheia de sangue. É dos poucos vestígios artísticos dos antigos inuits (povo indígena do Alaska). Máscara de dança inuit, Alaska (aprox. 1880) Máscaras e cabeças em miniatura, achados comuns em ruínas da civilização Koniag (1400 - 1700), na costa do Alaska banhada pelo Pacífico, parecem representar pessoas reais e devem ter sido usadas em rituais xamanistas destinados a curar pessoas ou de outro tipo. Essas cabeças e máscaras eram usadas em bonecos sem cabeça, o que permitia modificar as identidades dos bonecos. Estes permitiam que as crianças desempenhassem o papel de adultos e que aprendessem a desenhar e a custurar. Máscaras Koniag, Ilha de Kodiak, Alaska O teatro No do Japão associa a música, o canto, a dança e a poesia. Um dos seus expoentes máximos foi o artista Kan-ami (1334 - 1385). Sendo um passatempo tradicional das classes dominantes, as peças No eram representadas num palco vazio, o que encorajava os espectadores a envolverem-se na acção. O uso de máscaras contribuía para a distanciação dos actores. Este tipo de teatro ainda hoje é representado no Japão. Máscara No, Japão Máscara passaporte* da tribo Tikar,Camarões Máscara passaporte* da tribo Tikar,Camarões Máscara passaporte* da tribo Tikar,Camarões Máscara passaporte* da tribo Tikar,Camarões Máscara passaporte* da tribo Ibiba,Nigéria Máscara da tribo Tikar,Camarões Máscara da tribo Ibo,Nigéria Máscara da tribo Guru,Costa do Marfim Máscara da tribo Fang,Gabão Máscara da tribo Ashanti,Ghana Máscara da tribo Punu,Camarões É fácil de perceber porque estes grandes artistas africanos fascinaram uma geração que procurava sair de um impasse ou estava rendida à arte ocidental. Nem a fidelidade à natureza, nem a beleza ideal, os dois temas associados à arte ocidental, preocupou os artistas africanos. As suas obras possuiam algo que a arte ocidental perdeu no seu longo percurso: a intensidade de expressão, uma estrutura clara e uma simplicidade técnica. Máscara ritual da tribo Dana, África Ocidental (1910-1920) Os artesãos africanos revelavam grande perícia a fazer máscaras e esculturas de madeira. As primeiras, como o exemplar encontrado na Zâmbia, constituiam uma expressão criativa de tradições associadas à dança, ao mito e ao ritual. Em muitas zonas do continente, estas máscaras ainda desempenham um papel importante em rituais. Mascara de madeira (actual), Zâmbia